Um dos cinco europeus sancionados pelos EUA contra-ataca nos tribunais
O britânico Imran Ahmed, um dos cinco europeus comprometidos com a regulação estrita de empresas de tecnologia sancionados pelos Estados Unidos, entrou com um processo contra o governo Trump e evitou, até o momento, ser deportado.
Os Estados Unidos sancionaram e impuseram na última terça-feira (23) uma proibição de entrada no país a Ahmed e outros três representantes de ONGs que combatem a desinformação e o discurso de ódio na internet, além de um ex-comissário europeu.
O presidente Donald Trump conduz uma ofensiva contra as normas da União Europeia sobre tecnologia que impõem regulações às plataformas, como a notificação de conteúdo problemático, que Washington considera uma violação da liberdade de expressão.
Segundo a denúncia de Ahmed, apresentada ontem em um tribunal de Nova York, ele enfrentava uma "perspectiva iminente de prisão inconstitucional, detenção punitiva e deportação", medida bloqueada temporariamente hoje por um juiz. Uma audiência preliminar foi marcada para a próxima segunda-feira, segundo uma decisão judicial revisada pela AFP.
"O governo federal deixou claro que Ahmed está sujeito a sanções" pelo trabalho da ONG que fundou e dirige, que estuda as políticas de moderação das principais plataformas de redes sociais e denunciou reiteradamente as práticas do X, antigo Twitter, que pertence ao empresário Elon Musk, aliado de Trump.
Os demais sancionados são Clare Melford, diretora do grupo Global Disinformation Index, do Reino Unido; Anna-Lena von Hodenberg e Josephine Ballon, da ONG alemã HateAid; e o francês Thierry Breton, ex-comissário europeu para assuntos digitais.
O governo americano acusa a ONG de Ahmed de ter "incitado as plataformas a eliminar de suas listas 12 antivacinas americanos", entre eles o secretário de Saúde e Serviços Humanos, Robert F. Kennedy Jr., detalhou no X a subsecretária de Estado para Diplomacia Pública, Sarah Rogers.
Imran Ahmed, um britânico de 47 anos e origem afegã, possui o Green Card e reside legalmente nos Estados Unidos desde 2021, segundo o processo. Sua mulher e sua filha são cidadãs americanas.
O Departamento de Estado não respondeu ao contato feito pela AFP.
W. Winogradow--BTZ