Ex-presidente indultado por Trump nega planejar retorno a Honduras
O ex-presidente de Honduras Juan Orlando Hernández, indultado por Donald Trump enquanto cumpria uma condenação por narcotráfico nos Estados Unidos, negou nesta terça-feira (16) ter planos de retornar ao seu país.
Em fim de mandato, a atual chefe de Estado hondurenha, Xiomara Castro, denunciou no X que Hernández "planeja sua entrada no país para proclamar o vencedor das eleições" presidenciais de 30 de novembro, cujo resultado definitivo está em suspenso à espera da revisão de atas de votação com "inconsistências".
"Não existe nenhum plano de entrada no país", afirmou na mesma rede social Hernández, que cumpria uma pena de 45 anos por tráfico de cocaína para os Estados Unidos.
O candidato Nasry Asfura, do mesmo partido de Hernández e apoiado por Trump, lidera a votação com menos de dois pontos percentuais de vantagem sobre o também direitista Salvador Nasralla.
Castro sustentou que "está em andamento uma agressão orientada a romper a ordem constitucional e democrática por meio de um golpe contra" seu governo.
Há vários dias, a mandatária denuncia um "golpe eleitoral" pela "interferência" de Trump e a "manipulação" dos resultados.
O ex-presidente indultado, que governou entre 2014 e 2022, reiterou que não tem a "intenção de retornar a Honduras neste momento" porque sua segurança e a de sua família "estariam em grave risco" diante da "perseguição" e da "instrumentalização da justiça".
Na semana passada, o procurador-geral Johel Zelaya, alinhado ao governo, pediu à Interpol que cumprisse uma ordem de prisão contra Hernández emitida em 2023 por "lavagem de ativos e fraude".
Castro convocou seus apoiadores a "se concentrarem de maneira urgente e pacífica em Tegucigalpa (...) para rejeitar qualquer tentativa golpista".
O. Karlsson--BTZ