CMSC | 0.02% | 24.4774 | $ | |
BCC | 0.88% | 137.26 | $ | |
BCE | -1.12% | 33.96 | $ | |
CMSD | 0.41% | 24.27 | $ | |
SCS | -1.41% | 13.44 | $ | |
RIO | -0.34% | 73.36 | $ | |
RBGPF | 2.01% | 58.81 | $ | |
NGG | -0.39% | 72.55 | $ | |
RYCEF | 4.03% | 5.52 | $ | |
JRI | 0.2% | 11.603 | $ | |
GSK | -0.65% | 44.69 | $ | |
AZN | 0.16% | 77.02 | $ | |
BTI | -0.65% | 31.385 | $ | |
RELX | 0.08% | 44.105 | $ | |
BP | -0.53% | 37.291 | $ | |
VOD | -0.12% | 9.778 | $ |
Como a crise migratória da Venezuela afeta a zona franca de Curaçao
Curaçao quer "normalizar" a troca com a Venezuela, que já representou 60% do comércio em sua zona franca, uma parte essencial de sua economia. Há um ano, o país reabriu a fronteira após um longo fechamento, mas com outro obstáculo: as restrições migratórias para venezuelanos, que desde 2021 precisam de visto para entrar na ilha.
O documento foi imposto em meio ao grande êxodo causado pela crise econômica e política que, segundo a ONU, levou mais de sete milhões de pessoas a deixarem a Venezuela. Curaçao, com cerca de 150.000 habitantes, recebeu cerca de 14.000 venezuelanos.
Ao mesmo tempo, entre 2019 e 2023, diferenças diplomáticas mantiveram fechadas as fronteiras da Venezuela com Curaçao, Aruba e Bonaire - ilhas caribenhas autônomas pertencentes ao Reino dos Países Baixos.
"Os anos de fechamento foram um golpe imenso", disse à AFP Jacqueline Jansen, diretora-geral da Curinde (Empresa de Desenvolvimento Industrial e de Comércio Internacional de Curaçao, na sigla em inglês), organização mista, estatal e privada, que comanda as zonas francas neste país do Caribe.
"Temos que aproveitar que a fronteira foi reaberta. Muitas pessoas não sabem como obter um visto (...), então, esse é um assunto importante", acrescentou.
Durante a reabertura, a Curinde lançou um programa para facilitar os trâmites de visto para comerciantes da Venezuela, com o objetivo de organizar grupos que chegaram por meio de um convite para reativar o comércio.
Um projeto piloto foi feito com visitantes de Cuba: "Cada grupo consistia em cerca de 20 ou 30 pessoas. (...) O Ministério das Relações Exteriores de Curaçao considerou que funcionou bem e disse: 'Ok, se há mercado (na Venezuela), por que não?", explicou Jansen.
Os Países Baixos "simplesmente, em relação ao visto, querem ter controle" e "estão nos reconhecendo como uma empresa que pode exercer esse controle", garante a diretora.
- Paralisação -
A gerente de contas com clientes da Curinde, Giovanni Boekhoudt, explicou que "a Venezuela era responsável por 60% do comércio da zona franca", com cerca de 20.000 visitantes por ano e uma troca que ultrapassou os US$ 400 milhões (R$ 2 bilhões).
O fechamento e a pandemia causaram uma paralisação, e em 2021 o número de visitantes venezuelanos despencou para um mínimo de apenas 22.
O bloqueio das fronteiras fez comerciantes maiores readaptarem seus envios por meio de países como a Jamaica, o que aumentou os custos e desencorajou empresas de pequenos capitais, ressaltou Boekhoudt.
A zona franca do porto de Curaçao foi estabelecida no final da década de 1950, com uma área de 300.000 m² de contêineres e galpões, focada principalmente nos setores têxtil e farmacêutico, além de produtos como álcool e tabaco.
Os volumes de negócios são modestos em comparação com as zonas francas do Panamá, República Dominicana ou Costa Rica, mas têm um peso significativo no PIB da ilha - 5%, de acordo com a Associação de Zonas Francas das Américas (AZFA).
De acordo com a AZFA, as exportações das mais de 700 zonas francas estabelecidas na região são estimadas em US$ 38 bilhões (R$ 196,1 bilhões).
D. O'Sullivan--BTZ